27 de abr2017

AMARC divulga carta em repúdio à compra de comunicadores para apoiar a Reforma da Previdência

por deniseviola

Manifestação contra a Reforma da Previdência, no Rio. (foto: Jaqueline Deister)

A Associação Mundial de Rádios Comunitárias – AMARC Brasil manifesta seu repúdio à medida ofensiva do Governo Temer de distribuir verbas de publicidade federal para veículos de comunicação públicos em troca de opiniões favoráveis à reforma da previdência.

Desde a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que prevê diversas alterações no sistema previdenciário, o governo que chegou ao poder sem legitimidade vem tentando buscar apoio popular de formas desonestas e mentirosas.

A última tentativa que está em curso, caracteriza-se por um velho estratagema político adotado pelos parlamentares brasileiros: a informação como moeda de troca e barganha política. Segundo o Estadão, 10/04/17, foi definido pelo Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e pelo líder do governo na Câmara Federal, Agnaldo Ribeiro, a compra do apoio de deputados federais e senadores, com uma verba de 180 milhões de reais, para a veiculação de propaganda positiva sobre a Reforma da Previdência. O direcionamento dos recursos será administrado e direcionado pelos parlamentares, além da liberação de emendas e de cargos a apadrinhados políticos dos congressistas. Com essa estratégia, o presidente ilegítimo angaria, ao mesmo tempo, apoio no Congresso Nacional, uma vez que muitos deputados e senadores ignoram a Constituição Federal, sendo eles próprios donos de rádios e TVs que serão beneficiadas pelo “agrado” do governo, e apoio popular para uma reforma que trará graves consequências para o trabalhador brasileiro.

A relação ilegal de políticos que se beneficiam de espaços públicos, concessões de rádio e TV, para angariar votos e capital político é uma violação do direito à comunicação e um atentado à democracia.

Outra manobra na mesma linha da compra dos parlamentares, ou através dela, é a investida em influenciar a opinião pública através do pagamento direto aos veículos e comunicadores populares que veicularem informações e comentários favoráveis à reforma “premiando-os” com verbas publicitárias.  O estratagema está sendo utilizado especialmente no Nordeste, onde a aceitação do atual governo está negativa em 78%, segundo o Instituto Vox Populi.

É notório, portanto, que a ideia é “comprar” os comunicadores para que, em seus programas, comentem que a reforma da previdência é positiva e que todo o sistema pode entrar em colapso, caso não seja aprovada. Ou seja, a intenção é continuar com o “clima alarmista e nada educativo, informativo ou de orientação social”, como argumentou a juíza federal Marciane Bonzanini, da 1ª Vara Federal de Porto Alegre, quando suspendeu a veiculação dos anúncios da campanha do Governo Federal sobre o projeto da Reforma da Previdência em todo o território nacional.

A AMARC Brasil considera vergonhosa e desrespeitosa essa tentativa de atrelamento, manipulação e cooptação de locutores e apresentadores populares. Tentar comprar a opinião destes profissionais é admitir que são falaciosos e inconsistentes os argumentos que estruturam a reforma da previdência.

É preciso ficarmos atentos às várias “armadilhas” escondidas na proposta de reforma da previdência. Uma delas é a idade mínima de 65 anos para se aposentar, quando sabemos que a expectativa de vida nas regiões norte e nordeste, assim como em bairros de várias cidades do sul e sudeste, está abaixo dos 65 anos.

Outrossim, as mudanças constantes nas novas regras propostas geram insegurança e dificultam que trabalhadores e trabalhadoras saibam de fato o que está sendo proposto.

Valendo-se da fragilidade de sustentabilidade na qual nós, veículos de comunicação educativos e comunitários, nos encontramos, a intenção deste governo é comprar nossas opiniões, princípios e luta pela democratização da comunicação e liberdade de expressão, através da oferta do “direito à publicidade federal”.

A AMARC Brasil, com sua história de resistência e luta pela democratização da comunicação e liberdade de expressão, alerta os comunicadores e comunicadoras populares, especialmente suas associadas, para mais esta armadilha do governo ilegítimo.

Tanto a reforma como a estratégia de “comprar comunicadores” para, através deles, influenciar a opinião pública são atitudes de desrespeito com a população que constrói o Brasil. Um país só se torna nação quando prioriza os direitos civis, políticos e humanos de seus cidadãos e cidadãs.

Conselho Político AMARC Brasil (gestão 2016-2018)

Carlos Osório – Rádio Bicuda (RJ)

Dóris Macedo – Associada Individual (RS)

Lígia Kloster Apel – Associada Individual (PI)

Pedro Martins Coelho – Associada Individual (RJ)

Píter Júnior – Rádio Coité (BA)

Sílvio Bastos – Rádio Xibé (AM)

*Junto com a carta, a AMARC preparou um material exclusivo de campanha para as rádios contra a Reforma da Previdência. O conteúdo está disponível na Agência Pulsar Brasil.

27 de abr2017

Comunicador@s da Amazônia organizam rádio dentro do Fórum Social Panamazônico para visibilizar suas lutas e culturas

por deniseviola

O chamado da floresta. De sexta-feira (28) até 1º de maio, os povos da Amazônia estarão reunidos em Tarapoto, no Peru, para o VIII Fórum Social Panamazônico (FOSPA). O evento reunirá participantes de nove países, incluindo o Brasil, para debater sobre as realidades de indígenas, ribeirinhos e quilombolas que vivem na maior floresta tropical do mundo.

Para  divulgar as atividades que ocorrerão durante o Fórum e visibilizar a riqueza cultural dos herdeir@s da Amazônia e suas lutas, foi estruturada uma rádio que irá falar para os participantes do FOSPA e também para aqueles que não puderam vir à Amazônia peruana para acompanhar de perto o evento.

A rádio é uma iniciativa de mais de 30 integrantes das redes de comunicador@s da floresta, formada pelos coletivos La Nave Va e Mídia dos Povos. O espaço será um local de convergência do trabalho de redes de mídias comunitárias e livres da América Latina, apoiado pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC Brasil), Associação Latino Americana de Educação e Comunicação Popular (ALER) e iniciativas internacionais de mídia independente.

O estúdio da La Nave Radio estará localizado na Universidade Nacional de San Martín, em Tarapoto, durante todo o Fórum. A rádio estará disponível também pela internet. Para acompanhar a programação e conhecer um pouco mais da realidade dos povos da floresta, basta acessar o portal www.pororoca.red.

‘Somos uma escola de comunicação alternativa para o Bem Viver. Somos uma rede amazônica buscando novas formas de comunicação intercultural, multimídia e artística’

Para @s interesad@s em retransmitir o sinal da rádio contatar:

 

Liseth Atamain                                                           

Celular:+51 922650194

E-mail:

 

Luis Taijin

Celular: +51 963247129

E-mail:

5 de abr2017

Lancamento do livro “Rádios comunitárias em tempos digitais”

por nils

presentacao

Novos conceitos e formatos da radiodifusão comunitária e participativa estão surgindo para dar conta de novos desafios sociais e políticos. E, em tempos digitais, tais desafios estão atravessados por disputas tecnológicas. Desde os estúdios das rádios comunitárias e livres já vemos emergir formas de ampliar o fazer-mídia nos coletivos e comunidades: hoje, as redes digitais, a telefonia comunitária e o acesso à Internet podem ser organizados de forma participativa e solidária. Por que não levar as práticas coletivas e sem fins de lucro a terrenos até agora dominado por empresas de telefonia e construído com infraestruturas fora de nosso alcance?

Na coletânea “Rádios Comunitárias em Tempos Digitais”, o Programa de Legislação e Direito a Comunicação da AMARC Brasil reúne vozes de radialistas, jornalistas, militantes, pesquisadorxs e artistas de diferentes partes do mundo para analisar os impactos que a comunicação em rede tem para as rádios comunitárias e livres, as respostas que elas já têm dado e onde elas têm sido ausentes frente às transformações sociais, políticas e tecnológicas em curso.

A AMARC Brasil convida para o seminário e coquetel de lançamento da coletânea, em que os autores e convidadxs propõem uma reflexão conjunta sobre os principais desafios e possibilidades da radiodifusão comunitária e livre no contexto das mais recentes mutações tecnológicas.

Seminário “Rádios comunitárias em tempos digitais”
Local: Auditório da Escola de Serviço Social – UFRJ (Campus da Praia Vermelha)
Av. Pasteur, 250
10 de abril de 2017 | 15h30