Centrais sindicais e movimentos sociais podem chamar novos protestos para agosto
Para as oito centrais sindicais e os movimentos sociais que organizaram a Jornada Nacional de Lutas e Paralisações, a mobilização desta quinta-feira (11) preparou o terreno para novas manifestações. Caso não ocorra avanços nas negociações com o governo, as entidades devem promover novos protestos em agosto.
As pautas trabalhistas ganharam mais peso e chegaram a todas as regiões brasileiras, reunindo inúmeras categorias como bancários, professores, metalúrgicos, entre tantas. Os manifestantes pediram mais investimentos em saúde, transporte e educação pública. Reivindicaram também o fim dos leilões do petróleo e a realização da Reforma Agrária.
Para Marcelo Durão, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), “as pautas dos trabalhadores estiveram concretamente nas ruas”. A Jornada chega na esteira das manifestações que eclodiram pelo país. Mas, no mês passado, os protestos ganharam proporção nacional sendo organizados principalmente via redes sociais.
O início de tudo, lembra Durão, foi o repúdio ao aumento das passagens de ônibus e “não excluía lutas de interesse dos trabalhadores”. Sobre ontem, o militante avalia que houve uma “unidade na diversidade”, já que os atos foram chamados por entidades de diferentes campos políticos. Além de cartazes e faixas com reivindicações, bandeiras partidárias foram balançadas.
Pelo menos 50 trechos de rodovias foram parcial ou totalmente bloqueados. Foram realizados protestos em todas as capitais e em centenas de municípios do interior. Participaram, ainda, outros movimentos sociais: grupos que lutam por moradia, contra o racismo, a homofobia, feministas, críticos à realização dos megaeventos esportivos e organizações da juventude. A luta pela democratização da mídia esteve presente. Atos em frente à Rede Globo, símbolo da concentração dos meios, ocorreram em São Paulo, Bahia e Minas Gerais. (pulsar)
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Marcelo Durão, do MST, fala sobre a Jornada durante ato unificado realizado no Rio de Janeiro.