8 de ago2017

Amarc discute rádio e direito à comunicação com povos da Amazônia

por deniseviola

(foto: Dilliany Justino)

Direito à comunicação, ancestralidade, radiojornalismo, construção de transmissores e colocar uma rádio no ar. Entre os dias 24 e 28 de julho, aconteceu o último encontro do projeto Mídia dos Povos, realizado pela Amarc Brasil (Associação Mundial de Rádios Comunitárias), na aldeia Marajaí, no Amazonas. Mais de 30 indígenas, quilombolas e ribeirinhos participaram das diversas atividades e oficinas na comunidade localizada no município de Alvarães e pertencente ao povo Mayoruna.

A experiência de fazer rádio foi uma das mais marcantes. Genival Júnior é Mayoruna, professor da escola indígena de Marajaí e estudante de Ciências Humanas e Sociais, ele conta como foi possível entender melhor o funcionamento do rádio e a importância que ele pode ter na comunidade.

Já Luana Kumaruara, que mora em Santarém, no Pará, e estuda Antropologia, afirma que a experiência foi única e o envolvimento dos participantes chamou a atenção.

Os mais de 30 participantes saíram fortalecidos do encontro e foram apresentados a novas formas de se pensar a comunicação. Para Maria Francisca Ataíde, moradora da Floresta Nacional do Amazonas (Flona), o que mais fortalece cada um num evento como esse é o conhecimento.

De acordo com Amarildo, Vice-Tuxaua da aldeia Marajaí, o último encontro do projeto Mídia dos Povos foi uma experiência de vida para o povo Mayoruna e todos os participantes.

O processo de trocas e as experiências promovidas pelas oficinas é o resultado mais positivo deste projeto, que encerra suas atividades presenciais, mas que continua com a rede de comunicadores e povos tradicionais da Amazônia que se formou ao longo desse processo. (pulsar)

*Para ouvir a reportagem clique aqui

2 de jun2017

NO PARÁ, MEGAPROJETOS DE DESENVOLVIMENTO AFETAM COMUNIDADES TRADICIONAIS E MEIO AMBIENTE

por deniseviola

Açaí (foto: portal brasil)  A região do Baixo Amazonas no estado do Pará tem sofrido nas últimas décadas com invasões de pessoas e empresas de outras regiões do país e até mesmo do exterior, que se apropriam, de áreas de preservação permanente para desenvolver suas atividades.
Um dos exemplos dessa invasão está no município de Alenquer, no Oeste do Pará, onde a empresa Açaí Amazonas com a concessão da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) desenvolve em uma área de aproximadamente 500 hectares o plantio irrigado de açaí, planta típica das beiras de igarapés da Amazônia.
De acordo com o Isaias Batista, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Alenquer, após a instalação da empresa na localidade, os comunitários começaram a ir ao  sindicato para reclamar de problemas de saúde causados pela contaminação da água devido ao uso excessivo de agrotóxicos nas plantações.
Outro problema de desmando ambiental está sendo presenciado no município de Belterra, também no Oeste do Pará, onde os vereadores aprovaram o desmembramento de parte da Área de Proteção Ambiental (APA) Aramanaí que fica as margens do Rio Tapajós, próximo a Vila Balneária de Alter do Chão, cartão postal do vizinho município de Santarém.
Uma das justificativas para o desmembramento da APA é liberar a área desmembrada para a construção de portos, transformando o município em nova rota de embarque de grãos e insumos do agronegócio.
Dos 439 mil 835 hectares de Belterra, 247 mil 802 hectares, compreendem a Floresta Nacional do Tapajós, ou seja, 46,98 por cento da área total da unidade de conservação estão no município de Belterra e outra parte está sendo tomada pela pecuária extensiva e a invasão do agronegócio, tomando lotes até na zona urbana.
Em entrevista ao repórter Eduardo Enrique, Neilton Miranda, liderança do movimento social de Belterra, fala das consequências do atual modelo de desenvolvimento que privilegia o sul do país.
Ultimamente, os movimentos sociais da região vem se organizando para enfrentar e combater o avanço do agronegócio e também buscado estruturas para o fortalecimento da agricultura familiar. A criação do Fórum Metropolitano da Agricultura Familiar em março deste ano e, mais recentemente, o Fórum Permanente de Combate aos Agrotóxicos no Baixo Amazonas são exemplos desta mobilização. (pulsar)
*A reportagem foi realizada pelo comunicador Eduardo Enrique, que também integra a rede Mídia dos Povos, para a Pulsar Brasil. Para ouvir os áudio, entre em: http://brasil.agenciapulsar.org/mais/politica/brasil-mais/no-paramegaprojetos-de-desenvolvimento-afetam-comunidades-tradicionais-e-meio-ambiente/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

26 de maio2017

ENTREVISTA ESPECIAL: QUAL O PAPEL DA MÍDIA NA CRISE POLÍTICA BRASILEIRA?

por deniseviola

(arte: Latuff)

A crise política enfrentada pelo Brasil a cada dia atinge novos patamares, deixando à tona a fragilidade do regime democrático do país. Os noticiários e as manchetes dos jornais estampam  crimes de corrupção cometidos por políticos e empresários brasileiros. A mídia expõe e fala de todos, mas quem fala da mídia? Como entender o papel desempenhado pelos grandes grupos de comunicação na maior crise política da história recente do país?

Para facilitar as respostas dessas perguntas, a Pulsar Brasil conversou com o integrante do coletivo Intervozes, André Pasti. Na entrevista, o doutorando em Geografia Humana da Universidade de São Paulo (USP) esclarece sobre as informações privilegiadas da Operação Lava-Jato obtidas pelas Organizações Globo, os vazamentos indiscriminados que colocam em risco o trabalho do jornalista e a necessidade urgente de democratização da mídia.

Confira a entrevista no site da Agência Pulsar Brasil.

26 de maio2017

BRASIL VIVE MOMENTO PERIGOSO PARA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO

por deniseviola

Violência, repressão, Forças Armadas convocadas. Este foi o saldo do Ocupa Brasília, manifestação que reuniu milhares de pessoas na capital federal na última quarta-feira (24) contra as reformas da Previdência e trabalhista e por diretas já. A convocação do Exército foi extremamente criticada e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) divulgou uma nota de repúdio por considerar a medida inadmissível. Para avaliar os riscos para a liberdade de expressão e manifestação nesse contexto, a Pulsar Brasil conversou com Iara Moura, jornalista, conselheira do CNDH, coordenadora da Comissão Permanente do Direito à Comunicação e Liberdade de Expressão e integrante do Intervozes.

Iara Moura conta que a violência da Polícia Militar (PM) começou ainda na concentração do ato. Ela considera a atuação da PM totalmente desproporcional por se tratar de uma manifestação legítima. Moura acredita que, mesmo revogado o decreto que convocou as Forças Armadas, foi aberto um precedente perigoso de violação de direitos constitucionais. A nota de repúdio do CNDH foi enviada inclusive para a ONU (Organização das Nações Unidas) e OEA (Organização dos Estados Americanos).

A jornalista lembra que episódios de violação de direitos têm sido frequentes no governo de Michel Temer. Já foram várias ocasiões em que o direito à liberdade de expressão não foi respeitado. Iara Moura acredita que a violência da última quarta foi o ápice e os movimentos sociais precisam estar cada vez mais atentos.

Iara Moura destaca ainda a campanha “Calar jamais!” do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, que desde 2016 reúne denúncias de violações. (pulsar)

Para ouvir Iara Moura clique em http://brasil.agenciapulsar.org/mais/politica/brasil-mais/brasil-vive-momento-perigoso-para-a-liberdade-de-expressao/

26 de maio2017

BRASÍLIA RECEBE O ENCONTRO NACIONAL PELO DIREITO À COMUNICAÇÃO

por deniseviola

Entre os dias 26 e 28 de maio acontece em Brasília o Terceiro Encontro Nacional pelo Direto à Comunicação (ENDC). O evento é realizado pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e vai debater mídia e democracia no Brasil. Uma das mesas que fazem parte da programação vai abordar os desafios da radiodifusão comunitária, com participação da Amarc Brasil (Associação Mundial de Rádios Comunitárias). Para saber mais sobre o que esperar dessa mesa e do encontro como um todo a Pulsar Brasil conversou com Taís Ladeira, representante da Amarc.

De acordo com Taís Ladeira, a realização do Terceiro Encontro Nacional pelo Direto à Comunicação (ENDC) neste momento de perda de direitos no Brasil é de extrema importância. Para ela, o conceito do direito à comunicação precisa ser fortalecido, principalmente quando vemos cada vez mais evidente a manipulação da grande mídia. 

A representante da Amarc Brasil, que estará presente na mesa “Os desafios da Radiodifusão Comunitária”, faz ainda uma análise do governo ilegítimo de Michel Temer um ano após o golpe contra Dilma Rousseff. Segundo ela, a situação dos meios de comunicação comunitários tende a ficar cada vez pior.

Enquanto isso, dados do coletivo Intervozes mostram que 32 deputados federais e oito senadores são controladores diretos de meios de comunicação. De acordo com a organização do Terceiro Encontro Nacional pelo Direto à Comunicação (ENDC), não é possível garantir a democracia no Brasil sem garantir o acesso à informação. (pulsar)

Para ouvir Taís Ladeira sobre a importância do evento, a participação da AMARC Brasil e a situação das Rádios Comunitárias, basta clicar em http://brasil.agenciapulsar.org/mais/politica/brasil-mais/brasilia-recebe-o-encontro-nacional-pelo-direito-a-comunicacao/

 

27 de abr2017

AMARC divulga carta em repúdio à compra de comunicadores para apoiar a Reforma da Previdência

por deniseviola

Manifestação contra a Reforma da Previdência, no Rio. (foto: Jaqueline Deister)

A Associação Mundial de Rádios Comunitárias – AMARC Brasil manifesta seu repúdio à medida ofensiva do Governo Temer de distribuir verbas de publicidade federal para veículos de comunicação públicos em troca de opiniões favoráveis à reforma da previdência.

Desde a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que prevê diversas alterações no sistema previdenciário, o governo que chegou ao poder sem legitimidade vem tentando buscar apoio popular de formas desonestas e mentirosas.

A última tentativa que está em curso, caracteriza-se por um velho estratagema político adotado pelos parlamentares brasileiros: a informação como moeda de troca e barganha política. Segundo o Estadão, 10/04/17, foi definido pelo Ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e pelo líder do governo na Câmara Federal, Agnaldo Ribeiro, a compra do apoio de deputados federais e senadores, com uma verba de 180 milhões de reais, para a veiculação de propaganda positiva sobre a Reforma da Previdência. O direcionamento dos recursos será administrado e direcionado pelos parlamentares, além da liberação de emendas e de cargos a apadrinhados políticos dos congressistas. Com essa estratégia, o presidente ilegítimo angaria, ao mesmo tempo, apoio no Congresso Nacional, uma vez que muitos deputados e senadores ignoram a Constituição Federal, sendo eles próprios donos de rádios e TVs que serão beneficiadas pelo “agrado” do governo, e apoio popular para uma reforma que trará graves consequências para o trabalhador brasileiro.

A relação ilegal de políticos que se beneficiam de espaços públicos, concessões de rádio e TV, para angariar votos e capital político é uma violação do direito à comunicação e um atentado à democracia.

Outra manobra na mesma linha da compra dos parlamentares, ou através dela, é a investida em influenciar a opinião pública através do pagamento direto aos veículos e comunicadores populares que veicularem informações e comentários favoráveis à reforma “premiando-os” com verbas publicitárias.  O estratagema está sendo utilizado especialmente no Nordeste, onde a aceitação do atual governo está negativa em 78%, segundo o Instituto Vox Populi.

É notório, portanto, que a ideia é “comprar” os comunicadores para que, em seus programas, comentem que a reforma da previdência é positiva e que todo o sistema pode entrar em colapso, caso não seja aprovada. Ou seja, a intenção é continuar com o “clima alarmista e nada educativo, informativo ou de orientação social”, como argumentou a juíza federal Marciane Bonzanini, da 1ª Vara Federal de Porto Alegre, quando suspendeu a veiculação dos anúncios da campanha do Governo Federal sobre o projeto da Reforma da Previdência em todo o território nacional.

A AMARC Brasil considera vergonhosa e desrespeitosa essa tentativa de atrelamento, manipulação e cooptação de locutores e apresentadores populares. Tentar comprar a opinião destes profissionais é admitir que são falaciosos e inconsistentes os argumentos que estruturam a reforma da previdência.

É preciso ficarmos atentos às várias “armadilhas” escondidas na proposta de reforma da previdência. Uma delas é a idade mínima de 65 anos para se aposentar, quando sabemos que a expectativa de vida nas regiões norte e nordeste, assim como em bairros de várias cidades do sul e sudeste, está abaixo dos 65 anos.

Outrossim, as mudanças constantes nas novas regras propostas geram insegurança e dificultam que trabalhadores e trabalhadoras saibam de fato o que está sendo proposto.

Valendo-se da fragilidade de sustentabilidade na qual nós, veículos de comunicação educativos e comunitários, nos encontramos, a intenção deste governo é comprar nossas opiniões, princípios e luta pela democratização da comunicação e liberdade de expressão, através da oferta do “direito à publicidade federal”.

A AMARC Brasil, com sua história de resistência e luta pela democratização da comunicação e liberdade de expressão, alerta os comunicadores e comunicadoras populares, especialmente suas associadas, para mais esta armadilha do governo ilegítimo.

Tanto a reforma como a estratégia de “comprar comunicadores” para, através deles, influenciar a opinião pública são atitudes de desrespeito com a população que constrói o Brasil. Um país só se torna nação quando prioriza os direitos civis, políticos e humanos de seus cidadãos e cidadãs.

Conselho Político AMARC Brasil (gestão 2016-2018)

Carlos Osório – Rádio Bicuda (RJ)

Dóris Macedo – Associada Individual (RS)

Lígia Kloster Apel – Associada Individual (PI)

Pedro Martins Coelho – Associada Individual (RJ)

Píter Júnior – Rádio Coité (BA)

Sílvio Bastos – Rádio Xibé (AM)

*Junto com a carta, a AMARC preparou um material exclusivo de campanha para as rádios contra a Reforma da Previdência. O conteúdo está disponível na Agência Pulsar Brasil.

27 de abr2017

Comunicador@s da Amazônia organizam rádio dentro do Fórum Social Panamazônico para visibilizar suas lutas e culturas

por deniseviola

O chamado da floresta. De sexta-feira (28) até 1º de maio, os povos da Amazônia estarão reunidos em Tarapoto, no Peru, para o VIII Fórum Social Panamazônico (FOSPA). O evento reunirá participantes de nove países, incluindo o Brasil, para debater sobre as realidades de indígenas, ribeirinhos e quilombolas que vivem na maior floresta tropical do mundo.

Para  divulgar as atividades que ocorrerão durante o Fórum e visibilizar a riqueza cultural dos herdeir@s da Amazônia e suas lutas, foi estruturada uma rádio que irá falar para os participantes do FOSPA e também para aqueles que não puderam vir à Amazônia peruana para acompanhar de perto o evento.

A rádio é uma iniciativa de mais de 30 integrantes das redes de comunicador@s da floresta, formada pelos coletivos La Nave Va e Mídia dos Povos. O espaço será um local de convergência do trabalho de redes de mídias comunitárias e livres da América Latina, apoiado pela Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC Brasil), Associação Latino Americana de Educação e Comunicação Popular (ALER) e iniciativas internacionais de mídia independente.

O estúdio da La Nave Radio estará localizado na Universidade Nacional de San Martín, em Tarapoto, durante todo o Fórum. A rádio estará disponível também pela internet. Para acompanhar a programação e conhecer um pouco mais da realidade dos povos da floresta, basta acessar o portal www.pororoca.red.

‘Somos uma escola de comunicação alternativa para o Bem Viver. Somos uma rede amazônica buscando novas formas de comunicação intercultural, multimídia e artística’

Para @s interesad@s em retransmitir o sinal da rádio contatar:

 

Liseth Atamain                                                           

Celular:+51 922650194

E-mail:

 

Luis Taijin

Celular: +51 963247129

E-mail:

5 de abr2017

Lancamento do livro “Rádios comunitárias em tempos digitais”

por nils

presentacao

Novos conceitos e formatos da radiodifusão comunitária e participativa estão surgindo para dar conta de novos desafios sociais e políticos. E, em tempos digitais, tais desafios estão atravessados por disputas tecnológicas. Desde os estúdios das rádios comunitárias e livres já vemos emergir formas de ampliar o fazer-mídia nos coletivos e comunidades: hoje, as redes digitais, a telefonia comunitária e o acesso à Internet podem ser organizados de forma participativa e solidária. Por que não levar as práticas coletivas e sem fins de lucro a terrenos até agora dominado por empresas de telefonia e construído com infraestruturas fora de nosso alcance?

Na coletânea “Rádios Comunitárias em Tempos Digitais”, o Programa de Legislação e Direito a Comunicação da AMARC Brasil reúne vozes de radialistas, jornalistas, militantes, pesquisadorxs e artistas de diferentes partes do mundo para analisar os impactos que a comunicação em rede tem para as rádios comunitárias e livres, as respostas que elas já têm dado e onde elas têm sido ausentes frente às transformações sociais, políticas e tecnológicas em curso.

A AMARC Brasil convida para o seminário e coquetel de lançamento da coletânea, em que os autores e convidadxs propõem uma reflexão conjunta sobre os principais desafios e possibilidades da radiodifusão comunitária e livre no contexto das mais recentes mutações tecnológicas.

Seminário “Rádios comunitárias em tempos digitais”
Local: Auditório da Escola de Serviço Social – UFRJ (Campus da Praia Vermelha)
Av. Pasteur, 250
10 de abril de 2017 | 15h30

10 de mar2017

No interior do Ceará, mulheres se mobilizam por direitos e contra a Reforma da Previdência

por deniseviola
Mulheres realizam ato no Ceará pelo 8 de março (foto: reprodução)

Mulheres realizam ato no Ceará pelo 8 de março (foto: reprodução)

Na última quarta-feira (8), foram muitas as mobilizações pelo Brasil e pelo mundo para lembrar o Dia Internacional da Mulher. Nas grandes capitais ou no interior, as mulheres foram para as ruas por seus direitos. Na região do Cariri, no sul do Ceará, mais de 500 mulheres participaram do dia de luta na cidade do Crato.

De acordo com Célia Rodrigues, comunicadora de gênero e integrante da Rede de Mulheres da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC) e da Frente de Mulheres de Movimentos do Cariri, a principal reivindicação do ato foi contra a Reforma da Previdência, que, se aprovada, vai prejudicar sobretudo as mulheres trabalhadoras.

A mobilização foi organizada pela Frente de Mulheres de Movimentos do Cariri, que reúne mulheres das mais diversas origens. O calendário de atividades está previsto para todo o mês, chamado de março lilás, e o encerramento será no dia 31 com uma aula pública da professora Rivânia Moura, da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, sobre a Reforma da Previdência. (pulsar)

*Acesse a matéria com os áudios aqui

10 de mar2017

No Rio, mulheres ocupam as ruas contra violência e retrocesso social

por deniseviola
Centro do Rio de Janeiro tomado pelas mulheres durante o 8 de março (foto: Dilliany Justino)

Centro do Rio de Janeiro tomado pelas mulheres durante o 8 de março (foto: Dilliany Justino)

“Nem uma a menos!”. Com corpos pintados, cartazes, faixas e muita criatividade as feministas marcharam na Avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (8). As manifestantes denunciaram  o machismo, a desigualdade de gênero e o impacto do retrocesso político do país na vida das mulheres, com destaque para a Reforma da Previdência, que pretende igualar o tempo de contribuição entre homens e mulheres.

De acordo com a organização da Greve Internacional de Mulheres no Rio, o ato reuniu cerca de 10 mil pessoas. A concentração ocorreu na Candelária a partir das quatro horas da tarde e terminou na Praça Quinze com performances e apresentações culturais.

A boliviana Marcela Farfán mora no Rio de Janeiro há seis anos e faz parte do Coletivo Madalenas RJ e Mulheres Latino-Americanas. Para ela, as organizações e coletivos estão mais articulados  e diversos, incluindo uma maior aproximação entre o feminismo latino-americano. De acordo com Farfán, as manifestações feministas  estão ganhando proporções globais, principalmente por trazer à tona a discussão sobre ‘como seria a sociedade se as mulheres parassem de produzir’.

Já a professora de Direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Luciana Boiteux  ressaltou os ataques conservadores que o país tem sofrido. Segundo ela, o Brasil vive uma ofensiva conservadora machista refletida no próprio governo. Boiteux destacou que os órgãos que deveriam defender o direito das mulheres, estão perdendo status e estrutura na execução de políticas públicas voltadas para esse público.

Performance durante o 8 de março no Rio de Janeiro (foto: Dilliany Justino)

Performance durante o 8 de março no Rio de Janeiro (foto: Dilliany Justino)

O esvaziamento dos órgãos destinados à defesa dos direitos da mulher pode ter uma consequência grave para a redução do índice de violência do principal grupo de risco: as mulheres negras. Dados  do Mapa da Violência 2015, apontam que os casos de homicídios de mulheres negras aumentou 54% em dez anos no Brasil, enquanto que o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%.

Claudia Vitalino é presidente estadual da UNEGRO (União de Negros e Negras pela Igualdade). Segundo ela, o alto número de mortes de mulheres negras deve ser incorporado como uma das pautas principais do movimento feminista.

As vozes que ecoaram pelas ruas cariocas exigindo o fim do assédio e o direito de escolha do próprio corpo não estavam sozinhas. Ao todo, 70 cidades brasileiras realizaram atos para mostrar que o papel da mulher está muito além de ‘cuidar dos afazeres domésticos’. (pulsar)

*Acesse a matéria com os áudios aqui.

8 de mar2017

Na Bahia, encontro fortalece a comunicação comunitária na região sisaleira

por deniseviola
Encontro de comunicadores em Conceição de Coité

Encontro de comunicadores em Conceição de Coité

Por Piter Junior, da Rádio Coité FM

Com a presença de comunicadores e representantes de rádios comunitárias e comerciais da região sisaleira do estado da Bahia, ocorreu na quarta-feira (07/08) o primeiro Encontro de Radiocomunicadores do Sisal.

A atividade foi realizada no centro de formação Mansão da Paz, localizado no bairro da Mansão em Conceição do Coité. O evento foi promovido pela Artigo19, ONG internacional que atua na promoção e defesa da liberdade de expressão e a AMARC/BR – Associação de Mundial de Rádios Comunitárias. O encontro contou com o importante suporte dos integrantes da rádio Comunitária Coité Livre FM, entidade filiada à AMARC, que luta pela sua outorga há 17 anos junto ao Ministério das Comunicações.

N primeira atividade do evento cada comunicador fez um relato de como ocorre o processo de comunicação comunitária em suas localidades, expressando suas conquistas e dificuldades de atuação nesse universo tão desafiador que é a comunicação cidadã.

Kleber Silva, da rádio Valente FM, mediou o bate-papo com a proposta de rearticular o movimento da comunicação comunitária em toda região do sisal e Bacia do Jacuípe.

Na sequência, as integrantes do Artigo 19, Camila Marques, Raissa Maia e Mariana Rielli,

Participantes do encontro reunidos.

Participantes do encontro reunidos.

ministraram a oficina “Como se proteger nas ações de fiscalização e Judiciais?”. Na oportunidade foi contada a história fictícia de uma rádio que não possuía outorga e que lutava por sua liberação porém, enfrentava forte repressão do estado, história baseada em fatos reais (Coité FM).

Após um delicioso lanche foi a vez de Lígia Apel, conselheira da AMARC, apresentar o resultado da pesquisa: “Compreendendo a violência contra a mulheres radiocomunicadora no nordeste”. Tema bastante sugestivo para o momento, em virtude do 8 de Março. A explanação rendeu um rico debate sobre o tema.

O encontro foi concluído por volta das 23h horas, quando os participantes saborearam um jantar e conferiram as apresentações de Samba de Roda com o grupo Reizado de Cabaceiras e a Orquestra Santo Antonio, liderada pelo maestro Josevaldo NIM. Como tudo no Nordeste acaba em forró, a noite fechou com o ‘arrasta pé’ da banda Forró di Gravata.

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