5 de abr2017

Lancamento do livro “Rádios comunitárias em tempos digitais”

por nils

presentacao

Novos conceitos e formatos da radiodifusão comunitária e participativa estão surgindo para dar conta de novos desafios sociais e políticos. E, em tempos digitais, tais desafios estão atravessados por disputas tecnológicas. Desde os estúdios das rádios comunitárias e livres já vemos emergir formas de ampliar o fazer-mídia nos coletivos e comunidades: hoje, as redes digitais, a telefonia comunitária e o acesso à Internet podem ser organizados de forma participativa e solidária. Por que não levar as práticas coletivas e sem fins de lucro a terrenos até agora dominado por empresas de telefonia e construído com infraestruturas fora de nosso alcance?

Na coletânea “Rádios Comunitárias em Tempos Digitais”, o Programa de Legislação e Direito a Comunicação da AMARC Brasil reúne vozes de radialistas, jornalistas, militantes, pesquisadorxs e artistas de diferentes partes do mundo para analisar os impactos que a comunicação em rede tem para as rádios comunitárias e livres, as respostas que elas já têm dado e onde elas têm sido ausentes frente às transformações sociais, políticas e tecnológicas em curso.

A AMARC Brasil convida para o seminário e coquetel de lançamento da coletânea, em que os autores e convidadxs propõem uma reflexão conjunta sobre os principais desafios e possibilidades da radiodifusão comunitária e livre no contexto das mais recentes mutações tecnológicas.

Seminário “Rádios comunitárias em tempos digitais”
Local: Auditório da Escola de Serviço Social – UFRJ (Campus da Praia Vermelha)
Av. Pasteur, 250
10 de abril de 2017 | 15h30

11 de nov2016

Software Livre … para rádios mais livres!

por nils

pinguradio_destacNo marco de nossas atividades atuais “Rádios Comunitárias em Tempos Digitais”, um dos temas mais recorrentes é a questão do software livre. Lutar por uma outra comunicação também exige de nós pensarmos sobre infraestrutura em nossas rádios. Hoje, quase todas as rádios comunitárias têm computadoras, que são indispensável para receber noticias, e-mails ou produzir e emitir áudio. Por que, então, não repensamos nossa relação com os monopólios comerciais com a mesma veemência que o fazemos com a grande mídia da radiodifusão? E quais são os caminhos para demonstrar, em nossa prática do dia a dia, que existem alternativas viáveis além da zona de conforto idiotizante da Microsoft e Cia? A iniciativa “Libere a sua rádio” tem produzido diferentes materiais didáticos e informativos para responder a estas perguntas – infelizmente todo em espanhol. Por isso traduzimos e ampliamos uma das suas introduções no mundo do software livre, para que você o entenda melhor, veja como se aplica e que ferramentas concretas existem.

Boa leitura, e, se gostar, comece a liberar também a sua rádio…

 

19 de jan2016

Decisão do GIRED pode arruinar o projeto de TV Interativa Brasileiro

por nils

por Rafael Diniz e Álan Lívio

Há alguns meses, foi publicado na Cartal Capital um artigo intitulado “A Reinvenção da TV Digital Brasileira”. O artigo levanta a discussão da compra de receptores de TV Digital com interatividade, suportada pelo Ginga, a serem distribuídos para 14 milhões de beneficiados do Bolsa Família no desligamento da TV analógica (também conhecido como switch-off). Especificamente, o artigo evidencia o imenso potencial desses receptores para atuarem como ferramenta de inclusão social e cidadania.

Esse potencial também foi evidenciado pelo projeto Brasil 4D, realizado pela EBC, o qual tem sido reconhecido por meio de diversos prêmios internacionais. O Brasil 4D é um importante exemplo de como o Ginga pode funcionar como ferramenta de inclusão social. As aplicações desenvolvidas pelo projeto oferecem conteúdos interativos, desenvolvidos com Ginga, voltados para cidadania e inclusão social, para os beneficiários do “Bolsa Família”. Esses conteúdos permitem aos beneficiários acessar serviços oferecidos pelo Governo, tais como informações de emprego, cursos de capacitação, saúde, entre outros. O projeto piloto foi realizado na cidade de João Pessoa com apoio do Banco Mundial. Este vídeo demonstra  os serviços oferecidos. O relatório final do projeto piloto comprova a efetividade de seus serviços através de entrevistas com os beneficiários. Posteriormente, o Brasil 4D também foi executado em Brasília, oferecendo novos serviços como o de extrato do FGTS.

Aplicação Brasil 4D utilização em João Pesso

Mesmo com toda a evidência da melhoria que a TV interatividade pode trazer à população de mais baixa renda, lamentavelmente, amanhã, na próxima reunião do GIRED, entidade formada pelo Governo para realizar a compra dos receptores, todo esse potencial de cidadania e inclusão de digital desenvolvido pela academia brasileira e radiodifusores ao longo de anos e oferecido pelo Ginga pode ser destruído. Durante a reunião de amanhã, será colocada em pauta a proposta de postergar o switch-off da TV analógica para 2023 (o que por si só já é uma lástima) e, além disso, será discutida a possibilidade de apenas 5 milhões (inicialmente eram 14 milhões) de conversores digitais distribuídos pelo governo saírem com o Ginga até 2018.

Não existe representação da sociedade civil ou acadêmica no GIRED. O GIRED é formado apenas por representações do Governo, de empresas de TeleComunicações e empresas de radiodifusão. É evidente que o Governo está cedendo às pressões das empresas de Telecom, que não estão interessadas em promover uma TV interativa e gratuita, mas apenas na liberação da faixa de 700Mhz para exploração comercial. Nesse contexto, o elo mais fraco do ecossistema, a POPULAÇÃO, que tanto tem a ganhar com a digitalização e democratização oferecida pela interatividade do sistema brasileiro de TV Digital, mais uma vez será deixada de lado nesta decisão.